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REVOLUCIONÁRIO IMPLACÁVEL CONTRA O IMPERIALISMO NORTE AMERICANO
26/11/2016 20:31 em PERSONALIDADES

 

Grande líder revolucionário para uns, ditador implacável para outros, Fidel Castro, que teve a morte anunciada neste sábado (26), foi o responsável por implantar o regime comunista em Cuba, em meio à Guerra Fria a ousadia da revolução custou à ilha, até então um refúgio de lazer para americanos, um hiato de 53 anos nas relações diplomáticas com Washington. A reaproximaração só veio em 2014. 

Após derrubar o ditador Fulgêncio Batista, “El Comandante”, como era conhecido, foi exaltado pela população por elevar as taxas de alfabetização e universalizar a saúde. 

Apesar disso, restringiu liberdades civis. Sindicatos foram proibidos de fazer greves, a imprensa censurada, e instituições religiosas perseguidas. Opositores foram extirpados: executados, presos ou exilados à força. Sob seu governo, cerca de 12 mil pessoas foram mortas, segundo entidades de defesa dos direitos humanos. 

Saindo de cena progressivamente ao longo da última década, Fidel passou o bastão a seu irmão Raúl. Em agosto de 2016, durante a comemoração de seus 90 anos, uma das suas últimas aparições, ele estava frágil. Ainda assim, Fidel atraiu 100 mil pessoas.

Em 1952, o general Fulgêncio Batista, ex-presidente de Cuba (1940-1944), cancela as eleições e derruba o governo. Recém-formado em direito, Fidel organiza uma insurreição com outros membros do Partido Ortodoxo. Em 26 de julho de 1953, cerca de 150 pessoas atacam o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em uma tentativa de derrubar Batista. O ataque falha e Fidel é capturado. Após julgamento, é condenado a 15 anos de prisão. O incidente, entretanto, o torna famoso no país. 

Em 1955, após ser anistiado, Fidel funda o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontra pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exila no México. 

Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país. 

Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país.

Fidel assume como primeiro-ministro em 1959, após a renúncia de José Miro Cardona. Nesta época, Cuba inicia relações com a então União Soviética. A partir daí, o líder começa a implantar o comunismo. Em 1960, nacionaliza a indústria açucareira de Cuba, sem pagar indenizações. Três anos depois, amplia a reforma agrária ao estatizar as fazendas. 

Em 1961, o governo proclama seu status socialista, o que gera uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba. Quatro anos depois, como líder do Partido Comunista cubano, Fidel lança campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.

Poucas figuras históricas são tão controversas quanto Fidel Castro. Em 1967, Che é assassinado na Bolívia dois anos depois de deixar Cuba para expandir a revolução. Com isso, Fidel vira o único rosto da Revolução Cubana. 

Apesar de os EUA se comprometerem a não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel. O líder cubano disse que, se driblar tentativas de assassinato fosse esporte olímpico, ele ganharia medalhas de ouro. As relações diplomáticas entre norte-americanos e cubanos, rompidas em 1961 quando a ilha se declarou socialista, só foi retomada em 2014. 

Em seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.

Em 2002, o presidente dos EUA George W.Bush EUA cria uma prisão para suspeitos de terrorismo na base de Guantánamo, em território cubano. A decisão, impulsionada pelos atentados de 11 de setembro de 2011, foi seguida pela inclusão do país na lista dos que apoiam o terrorismo. 

No dia seguinte ao que Fidel formalizou Cuba como estado socialista, cerca de 1,3 mil exilados cubanos apoiados pela CIA atacam a ilha pela Baía dos Porcos. A tentativa de derrubar o governo foi um fracasso – centenas de mortos e quase mil capturados. Os EUA negam seu envolvimento, mas admitem que os exilados foram treinados pela CIA. Décadas após o incidente, o país confirmou que a ação era planejada desde 1959. 

Em 2006 Fidel Castro surpreende Cuba e o mundo ao anunciar que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder. 

Sem revelar sua doença, Fidel admite estar à beira da morte. Perde quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passa por cirurgias e depende por muitos meses de cateteres. Em dezembro de 2007, o comandante cubano escreve não estar aferrado ao poder, nem que obstruiria a passagem das novas gerações. Em janeiro de 2008, porém, é eleito deputado e fica tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorre. 

Desde março de 2007, já afastado do cenário público, e visto só em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedica a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe". Ele só deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008.

FONTE: agência de notìcia europeia  

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